quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Palavras em silêncio

Angustiada. Queria outra palavra que não esta porque, talvez, nela não contenha, exatamente, o que me abate. Porém, ultimamente, ando meio sem palavras, preciso recorrer às que me vêm...

Tenho dificuldade com o silêncio, assim, puro! É que, na minha formação, o silêncio não é uma resposta muito clara, quando não acompanhada de olhares e outras metalinguagens. Esse silêncio sem filtros, nem ruídos, nem sinais são, para mim, indecifráveis e inquietantes. E, como eu já me despi das partes mais rígidas de minha armadura, estou deambulando como criança em parque de diversão vazio e sem luz ou companhia.

Não sei se angústia ou ressaca! Então, deve ser isso... Ressaca. Bebi tudo que li e fiquei completamente embriagada. Mas, como não beber? Nunca tinham me oferecido sabores tão afáveis e intensos, descritos com vírgulas e reticências, sem pontos finais... Inerte, sem noção de tempo e espaço - já até descalçada - sentei à margem da rua e declamei medos e desejos. Que risco!

Vontade. Essa é uma palavra que me cabe. E quem não teria? Só uma alma que não dança, não canta, não chora e nem sussurra. Oras, coube no meu abraço e na minha canção... Obviamente, essa alma que padece por gentileza e sutileza, não teria outra saída se não o desejo de levar ao próprio coração.

Por fim, creio mesmo que agora é espera! Enquanto não findar esse gosto de beleza intrínseca que ficou na minha garganta, ainda não digerida, nem completamente degustada; enquanto não se encerra esse torpor, essa confusão emocional; enquanto não se dispersarem todas as notas que ainda ouço, a espera será minha companheira. E essas palavras em silêncio...

Contudo, vale ressaltar, minha resiliência. É dela que me valho! Essa capacidade incrível de suportar, de permanecer e de esperar todas as coisas encontrarem seu curso, seu lugar.

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