Só esse jeito, esse seu jeito é
capaz de redescobrir as cores do mundo, apesar de cinza, apesar da noite –
preserve-o. Tanto quanto essa maneira leve e que chega ao fundo, ao fundo dos
olhos, sem ao menos vê-los. Então, assim, você me defende de mim, da minha
fraqueza de ceder às feiuras do mundo, que me confundem e me arrastam.
Sem nenhum toque você é capaz de me
estender a mão e me alcançar... E alcança as minhas verdades, a minha dignidade
e me distingue da mediocridade que me cerca. Eu fui compreendida e salva: o
normal é que está ao contrário, não eu! Sua compreensão leal e sincera me
acolhe, conforta e afaga.
E eis que eu aceito a dor... Com delicadeza
você a põe no meu peito, com delicadeza e satisfação. Porque antes de mim, com seu
olhar singular, você enxergou que eu sou maior exatamente pela dor que me aflige.
Então, como não aceitá-la? É essa dor aureolada de revolta que me torna livre,
consciente e oleosa: eu não me misturo ainda que junto. É nela que reside minha
grandeza!
Mas, de todo aprendizado que seu
modo de suportar a dor me proporciona, o mais fascinante deles é o mistério
que, mesmo na solidão, há companhia. Grata por está aqui, além de está ai.
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