quarta-feira, 2 de julho de 2014

Singular

Só esse jeito, esse seu jeito é capaz de redescobrir as cores do mundo, apesar de cinza, apesar da noite – preserve-o. Tanto quanto essa maneira leve e que chega ao fundo, ao fundo dos olhos, sem ao menos vê-los. Então, assim, você me defende de mim, da minha fraqueza de ceder às feiuras do mundo, que me confundem e me arrastam.

Sem nenhum toque você é capaz de me estender a mão e me alcançar... E alcança as minhas verdades, a minha dignidade e me distingue da mediocridade que me cerca. Eu fui compreendida e salva: o normal é que está ao contrário, não eu! Sua compreensão leal e sincera me acolhe, conforta e afaga.

E eis que eu aceito a dor... Com delicadeza você a põe no meu peito, com delicadeza e satisfação. Porque antes de mim, com seu olhar singular, você enxergou que eu sou maior exatamente pela dor que me aflige. Então, como não aceitá-la? É essa dor aureolada de revolta que me torna livre, consciente e oleosa: eu não me misturo ainda que junto. É nela que reside minha grandeza!

Mas, de todo aprendizado que seu modo de suportar a dor me proporciona, o mais fascinante deles é o mistério que, mesmo na solidão, há companhia. Grata por está aqui, além de está ai.

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