sexta-feira, 11 de abril de 2014

Muita coisa, tanta coisa e quase nada

Cansei das coisas que não sei, das sensações que não entendo. Estou cheia das perguntas que não faço e das respostas que não tenho. Estão me incomodando as palavras que se esvaem, os olhos que se desviam e as mãos que não se encontram. É muita coisa, tanta coisa e quase nada.
Vejo janelas abertas para a mesma paisagem e nenhum vento, exceto o que eu insisto em soprar. Não sei se é desejo ou obrigação de fazer o vento entrar, ou os dois... Tenho contado o tempo em moedas, lamentando cada segundo que gasto enquanto assisto o desperdício. Se eu pudesse, penso que enlouqueceria... Estou em devaneios.
Assim, corto a noite no meio sob um caderno com letras só para meus olhos e palavras para outros corações. Se não interrompo o sono, ele não continua. O que me toma não cabe em mim. Se eu não o lanço fora invade meu sono, minha fome, meu sossego: é brotoeja na alma.
Queria ir la fora e dançar na chuva, despida de vergonhas e inquietações. Rodopiar insanamente uma valsa sem par, desacompanhada e livre. E me cansar de outras coisas que não desse vazio desassistido e morno. Isso é ordinário: eu nem fervo nem gelo. É só inquietude. Cansada...

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