sábado, 8 de setembro de 2012

Criando laços


Eu tenho descoberto coisas fascinantes sobre querer bem. Sobre generosidade e afeto. Recebendo carinho que não cabe num abraço e palavras que não querem troco, só verdade. E, estranhamente (fascinante!) é verdade. Porque o que é sincero toca o coração, enternece a alma, faz rir. E eu posso sentir isso!

Não há obrigações, interesses, dissimulação! Há um gostar gratuito, nutrido e alimentado aos poucos e sem reservas. Há reciprocidade! E eu que me protejo tão bem do desconhecido, estou rendida porque me sinto invadida pela franqueza e sutileza de sorrisos e palavras.

E é por sentir, e ter me sentido bem com isso, que posso transbordar nas palavras doando-as e tomando-as emprestado: “Significa ‘criar laços’”. “Criar laços”, sábia raposa! Ela sabia do que falava, soube bem definir cativar, definir a origem do afeto.

Embora eu desconheça o instante em que se formam os laços, dá para saber quando eles já existem! É só ver quando as histórias são compartilhadas sem medo dos segredos; quando parte dessas histórias são da própria vida; quando se é capaz de provocar sorrisos sem esforço pelo simples prazer de compartilhar.
Compartilhar... Esse é verbo que vem junto com afeto! Música, piada, história, experiência, aspirações, dificuldades, cuidados... Tudo se pode compartilhar quando se quer bem. É uma excelente maneira de ficar junto, mesmo que não se esteja perto. Ah! Não posso deixar passar mais um aprendizado: é possível estar perto! Ainda que sobrem quilômetros e faltem sons, tato e perfume.

E não são os laços para isso, para deixar perto? Os laços aproximam as partes, mas são diferentes dos nós! Estes sufocam, apertam, prendem. Os nós por apertarem, afastam as pessoas. Laços enfeitam, unem, envolvem.

Aprendi a essência do afeto de maneira fascinante! Que me envolvam os laços do querer bem, que me enfeitem coração!

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