terça-feira, 24 de maio de 2011

Eu desisti, mas me importo

Eu quis te dar o meu afeto, minhas palavras e atenção. No começo, até um pouco mais que isso, porém, logo eu vi que era muito. No entanto, estive todo tempo focada em apoio e leveza. Mas você sempre se defendeu, inclusive de gestos e palavras afetuosas. Eu medi palavras, ampliei limites, exercitei a compreensão, busquei sorrisos e cedi silêncios. Tudo em vão? Não sei bem...
Fato é que gentilezas são sussurradas enquanto sua dureza é imposta tijolo a tijolo. E, ao ver os muros sendo construídos, me resignei. Desisti de fazer você ver as cores do mundo daqui de fora, mesmo com suas falhas e manchas, há dias de cores lindas.
Embora resignada, me importo! Fico olhando pelas frestas que você me deixou e tento me acostumar com essa imagem, que você é feliz, ao seu modo. Contudo, eu não me convenço! A alegria é como a luz, não atravessa paredes... E você fica tão bem quando está sorrindo, seu rosto tão iluminado.
Olhando daqui, acredito que seus muros não lhe trazem segurança, apenas distância. Distância de outros sorrisos, da beleza humana e de sua fragilidade, do gesto gentil, da palavra amiga, do abraço caloroso. Mas, se insiste em fazer muros, abra-lhes janelas, para que, ao menos, de vez em quando, a gente possa se encontrar e trocar essas palavras de beleza e gentileza que, eu sei, você conhece.

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