segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Por você nem raiva

Raiva de você? Nenhuma!
Eu tenho raiva das coisas que eu não disse, das feridas que não lhe causei.
Me irrita a dúvida se alguma coisa te faz lembrar de mim. Queria ter certeza que você lembra e sente dor.
Que lamenta, que ressente...
É horrível te encontrar sem saber o que marcou (marcou no sentido de doer!), sem saber o que te incomoda, onde eu te oprimo ou te deixo constrangido. Eu sabia isso tão bem...
E na hora que te conhecer me seria útil, que eu poderia ser cruel e fatal, imprimir uma ferida na sua memória, não consegui nenhuma gota de veneno. Não consegui atingir os seus sentidos mais superficiais.
E é disso que eu tenho raiva!
Não quero suas lembranças de amor, elas não fazem mais sentido pra mim. Quero é saber se as minhas lágrimas mancharam a sua janela! Se nos dias de sol vai se sentir culpado porque deixou os meus dias cinzas...
Poucos dias! Isso! Poucos dias porque você não conseguiria tudo de mim. Nunca conseguiu... Teve o que lhe dei por opção minha. Nesses poucos dias cinza, você me tirou algumas cores, talvez... Todas não! Eu não permitiria (nem permito...). Não tenho vocação pra monocromia. Tenho todas as cores! Posso colorir o seu mundo, mas sem descolorir o meu.
Ainda assim, cá estou eu, tentando intoxicar você com substâncias peçonhentas. Mas pode acreditar, eu não tenho raiva de você... Ah! E nem amor. Não mesmo! Isso ficou lá trás... Passou assim que os dias cinzas passaram. Passou assim que minhas cores voltaram.

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